segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O REGRESSO DO FILHO PRÓDIGO: MEDITAÇÃO PERANTE UM QUADRO DE REMBRANDT.

Quando vi "O Regresso do Filho Pródigo" pela primeira vez, tinha acabado de chegar dos Estados Unidos, onde, ao longo de seis semanas esgotantes, viajara por toda a parte proferindo conferências e apelando ás comunidades cristãs para que fizessem todo o possível por evitar a violência e a guerra na América Central.
Vinha realmente cansado. A tal ponto, que quase nem podia andar. Sentia-me preocupado, inquieto e muito desamparado. Durante toda a viagem, fora um combatente forte e valoroso,lutara incansavelmente pela justiça e pela paz, fora capaz de enfrentar, sem medo, as trevas do mundo. Mas agora, mais parecia uma criança pequena que, a chorar, gatinha até o regaço da mãe.

Logo que as multidões, que me louvavam ou criticavam, se foram embora, fiquei acabrunhado pela solidão e facilmente me teria deixado vencer pelas vozes sedutoras que me prometiam descanso físico e emocional. Estava neste estado quando me encontrei , pela primeira vez, com O Regresso do Filho Pródigo de Rembrandt, pendurado na porta do escritório de Simone,
Ao vê-lo, o meu coração deu um baque. Depois de tão longa viagem, aquele terno abraço entre pai e filho exprimia tudo quanto desejava naquele momento. De fato, eu era o filho esgotado pelas longas viagens: queria que me abraçassem; procurava um lar onde me sentisse a salvo.

Era apenas o filho que regressa a casa; e não queria ser outra coisa. Durante muito tempo, tinha andado de um lado para o outro; lutando, suplicando, acoselhando e consolando. Agora só queria descansar num lugar que pudesse considerar meu, um lugar onde me sentisse em casa própria (...).

Ao ver a maneira tão terna como o Pai colocava as mãos nos ombros do seu jovem filho e o apertava ao coração, senti muito profundamente que aquele filho perdido era eu e que queria regressar, como ele, para ser abraçado como ele. Durante muito tempo pensei em mim mesmo como o filho pródigo que volta para casa, antecipando o momento de ser recebido pelo meu pai.

Extraído do Magnífico livro "O Regresso do Filho Pródigo: Meditação Perante Um Quandro de Rembrandt - Editorial A.O.Braga

Henri J.M.Nouwen, nasceu na Holanda, foi professor nas Universidades de Notre Dame, Yale e na conceituada Universidade de Harvard. Nouwen, abandonou sua brilhante carreira acadêmica para se dedicar no ministério junto aos deficientes. Escreveu mais de trinta livros e faleceu no ano de 1996 no Canadá.

Pastores Sem Fronteiras
" Nas coisas essenciais, Unidade;
Nas Coisas não essenciais, Liberdade;
Em todas as Coisas, Amor".

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